segunda-feira, 30 de março de 2015

O SAL DA TERRA

Documentário mostra o sensível trabalho do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Em cartaz, no Paradigma Cine





Era 1986 quando ouvi falar pela primeira vez em Sebastião Salgado. O fotógrafo brasileiro, que já acumulava experiências raras mundo afora como ter documentado o atentado a tiros contra o presidente dos EUA, Ronald Reagan (1981), estava lançando seu primeiro livro, o “Outras Américas”. Esta obra me deu naquela época uma narrativa visual nova, que eu absolutamente não conhecia. A amarga vida dos remanescentes de tribos indígenas na América Latina, a temática do livro, estava ali retratada em imagens de uma profundidade intensa, belas demais do ponto de vista estético, e tristes ao extremo, pela carga histórica que sustentavam. E é essa intensidade, que reside na beleza e no realismo sofrido dos povos, que potencializa o trabalho único e sensível do brasileiro Sebastião Salgado.

Essa antiga percepção foi revisitada agora, e de forma mais abrangente, no filme documentário “O Sal da Terra”, que está nos cinemas desde o último dia 26, em Florianópolis no Paradigma Cine. O trabalho, fruto do casamento do consagrado diretor alemão Win Wemders (de ”Paris,Texas”/ 1984,  “Buena Vista Social Club”/1999 e tantos outros) e de Julio Salgado, filho e entusiasta do projeto, é um sucesso de crítica e ao que indica também será de público. Público, que fique claro, que curte o formato documentário e que, acima de tudo, tenha afinidade com o trabalho de Sebastião Salgado.

O documentário é fácil de ver e de absorver o jeito de ser de Salgado. Com várias tomadas em preto e branco, que se entremeiam a fotos do artista e dele próprio trabalhando, a narrativa é feita ora por Wenders, ora por Salgado e, em boa parte, pelos próprios depoimentos contidos no documentário. A trajetória, desde a infância até a compra da primeira câmera e, conseqüentemente das primeiras experiências como fotógrafo, apesar de organizada de forma cronológica não é nem de longe maçante, como tinha tudo pra ser.


Aos poucos, vamos nos apaixonando pela história, pela importância da mulher de Salgado no rumo das coisas, pelas viagens e desafios que ele atravessa. É impossível não se emocionar com as belas fotos de Mali, de Ruanda, de Serra Pelada e de tantos outros lugares que Salgado passou e registrou o sentimento de um povo como quase ninguém fez ou faz. Na luz do olhar de uma criança que foca o nada, na lágrima resplandecente de uma índia idosa que denuncia o passado duro, nas rugas cheias de esperança que cortam a pele castigada do garimpeiro. Residem ali a alma do trabalho de Sebastião Salgado e ela está desnuda nesse documentário.

A verdade é que alguns críticos, uma minoria repetitiva, vão insistir na tese da “estetização da miséria”, atribuída a ele tantas vezes. Outros, por sua vez, já estão defendendo a tese da luta de egos, pelo fato de ter se juntado num mesmo filme um ícone da direção cinematográfica e outro da fotografia, cada qual com seus propósitos. Eu, uma pessoa comum e filha de Deus, vejo como uma rara oportunidade de conhecer o trabalho deste brasileiro cheio de talento, de histórias e que criou uma linguagem visual só dele. É uma espécie de homenagem pelo trabalho ao longo de 40 anos, não de fazer fotos simplesmente, mas de conseguir abrir nossos olhos para a questão social e ambiental em vários cantos do planeta.  É merecido ele poder deixar seu legado nesse documentário que, por pouco mesmo, não levou a estatueta do Oscar 2015 como o Melhor Documentário. Vale conferir.


Título original: Le Sel de La Terre
Direção: Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
Roteiro: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado e David Rosier
Produção: David Rosier
Fotografia: Hugo Barbier e Juliano Ribeiro Salgado
Edição: Maxine Goedicke, Rob Myers
País: Brasil, França, Itália
Ano: 2014
Tempo: 110 minutos
Exibição em Florianópolis: Paradigma Cine Arte (SC-401 Corporate Park), até 08/04/2015

sexta-feira, 13 de março de 2015

Comidinhas para ver o último capítulo da novela



Três pratos que parecem muito sofisticados e de difícil preparo, mas que são um arraso quando você tem mais o que fazer como, por exemplo, assistir ao último capítulo do "abominável homem de preto"!
 Pernil suíno de forno e saladinha como prato principal e, de entrada, cogumelos frescos recheados e gratinados. Mãos à obra?


Primeiro prepare o pernil, que precisa de pelo menos duas horas de forno. Então faça o seguinte: compre um pernil já temperado. Isso mesmo, deixe seu preconceito de de lado, supere mais essa e vá adiante. Tire da embalagem, passe uma colher de manteiga por cima, cubra com papel alumínio, leve ao forno e esqueça por 2 horas. Nos últimos 15 minutos tire o papel alumínio para dourar. Transfira para uma tábua ou travessa e decore como quiser. Eu gosto de já deixar as fatias finas cortadas e combinar com cebolinhas em conserva e pimenta biquinho. Importante ter uma boa mostarda para acompanhar.

A salada para acompanhar deve ser leve, com muitas folhas e o que mais você tiver na geladeira e nos potes do armário. Esta da foto leva rúcula, alface americana, pepino, tomate cereja, rabanete e abacate.





Use seu momento gourmet na hora de preparar a entrada, que deve ser a última fase. Mesmo assim é muito fácil e rápido. Vamos lá:


Cogumelos Paris recheados e gratinados 1 bandeja de cogumelos frescos, mais ou menos 8 unidades grandes 1/2 cebola picada 1 dente de alho picado 1 tomate ralado 2 colheres de sopa de azeitona preta picada 3 colheres de creme de leite Sal e pimenta Salsinha e cebolinha a gosto Queijo ralado por cima para gratinar 

Como faço: Limpo bem os cogumelos na água corrente com uma escovinha macia. Tiro o miolo do cogumelo e deixo uma cavidade para colocar o recheio. Reservo o cogumelo retirado já picadinho. Numa panela, refogo alho e cebola e coloco o cogumelo retirado. Acrescento um tomate ralado (sem as cascas), a azeitona, o creme de leite, tempero com sal e pimenta e coloco o cheiro verde depois que desligar o fogo. Recheio os cogumelos e levo ao forno com queijo ralado por cima. Em 15 minutos estará pronta essa entrada maravilhosa, sofisticada, vegana e super saudável.