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sexta-feira, 12 de junho de 2015

"Correr", o novo livro de Drauzio Varella


Se você já um corredor de carteirinha ou se está ensaiando os primeiros passos em direção ao pódio, a dica da vez é o livro "Correr", do maratonista e oncologista Dráuzio Varella.









“Aos 50 anos, começa a decadência do homem”, esta foi a sentença que o médico oncologista Drauzio Varella ouviu de um amigo pouco antes de chegar à idade fatídica. Aquilo para ele bateu fundo. “Como assim, decadência?” Foi aí que começou a trabalhar para provar o contrário e se preparou como nunca para correr a sua primeira maratona (42 km, em Nova York). De lá para cá, mais de 20 anos depois, o ex-fumante e sedentário, reúne no seu portfólio nada menos que 20 maratonas e, o melhor, muita história para contar. Tanto que decidiu aceitar o convite da Editora Companhia das Letras para escrever este livro que acaba de ser lançado: “Correr, o exercício, a cidade e o desafio da maratona”.


Já são 13 livros publicados, entre eles "Estação Carandiru", que faturou o Prêmio Jabuti em 2000



Terminei de ler o livro ontem. Literatura fácil, envolvente e quase sempre espirituosa, livro pra ler numa pegada. E posso afirmar, se você já corre, é um compartilhar de experiências sensível e real. Se não corre, o livro é um baita de um incentivo para quem está pensando em ensaiar os primeiros passos em direção ao pódio.

Dráuzio descreve a sensação de correr em maratonas mundo afora: Berlin, Nova York, Boston, Miami, Tóquio. Todas sob a sua ótica, tudo em primeira pessoa. E dá para sentir junto com o relato, não só as diferenças de paisagem e temperatura, sempre muito bem relatadas, mas principalmente a emoção, as dores, o gosto de vitória ao cruzar cada linha de chegada. 

Na Maratona de Berlin, com as amigas Zelia Duncan e a jornalista Yara Uchoa
De quebra, Drauzio Varella resgata a história real do primeiro corredor que deu origem à Maratona. Diz ele que sempre achou mal contada a lenda do guerreiro que demorou 6 horas para correr de Maratona a Atenas para levar a notícia da vitória na batalha contra os persas. Divertido, ele questiona: “Se já é difícil acreditar que o soldado mais veloz do intrépido exército ateniense corresse tal distância em tempo tão medíocre, que dizer do vexame de cair morto?”. E é aí que ele vai atrás da história real e derruba os mitos exaustivamente repetidos por corredores mundo afora.



"Quanto mais velho fico, mais prazer encontro em correr"

O livro também é uma orientação médica porque conta o que acontece no seu organismo numa prova de longa duração: coração, pulmão, articulações, rins e por aí vai. E derruba por completo a tese de que Maratona faz mal à saúde, como muita gente pensa. Ao contrário, com 72 anos e 20 maratonas realizadas, o médico conta que pesa hoje dois quilos a mais do que pesava ao sair da faculdade, que não tem doenças crônicas e nem faz uso de qualquer medicamento de uso contínuo. Resultado que ele atribui não somente à genética, mas também ao seu esforço pessoal e, principalmente, às corridas.




Certa vez, aguardando para largar na São Silvestre, eu ouvi de um corredor logo atrás de mim, com mais de 70 anos e também médico, a seguinte frase: “Meia Maratona faz bem para a saúde e a Maratona faz bem para o ego”. Lendo agora o livro de Dráuzio Varella começo a rever esse conceito, até então verdadeiro para mim, e pensar, quem sabe, a planejar também meus primeiros 42km. Afinal, os 50 já estão batendo à porta!






Correr – o exercício, a cidade e o desafio da maratona
Editora Companhia das Letras
208 páginas
R$ 29,90
R$ 19,90 (e-book)


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Champagne para ler, visitar e degustar



Quem visita a região de Champagne, no nordeste da França, não imagina que por trás daquela paisagem bucólica que abriga seculares vinhedos, sofisticadas caves, berço das marcas mais luxuosas e tradicionais do mundo, discorreu um cenário de guerras sanguinárias e violentas invasões. Para se chegar ao glamour de hoje, viveu-se séculos de terror. Esse passado marcado por tantas conflagrações e tragédias é desvendado com maestria no livro "Champagne", escrito por um casal de jornalistas americanos - Don e Petie Kladstrup - apaixonados pela França e por seus vinhos.

Livro que inebria do início ao fim

Comprei esse livro pouco antes da minha viagem à região, no final de março. A ideia era entender mais o que eu veria ali, ao vivo, e as histórias por trás de cada gole degustado. Me apaixonei. Li antes, li durante a viagem, e estou relendo agora depois de visitar todos os palcos relatados com tanta emoção no livro. Minha dica é: faça o mesmo se puder, porque com história o sabor é outro.
Cada crayére que você visitar ou cada vez que você atravessar o Marne terá como referência as passagens incríveis do livro que relatam não só banhos de sangue, como também costumes da época, a forma como as pessoas viviam e se relacionavam nas comunidades, as muitas dificuldades que tiveram para fazer do champagne o vinho mais glamouroso e sofisticado do mundo.


A linguagem inebriante te convida a visitar um outro tempo. As informações são detalhadas, precisas, extratos de diálogos impensáveis. Napoleão, Luis XIV, Átila e outros grandes personagens da história da humanidade tem sua ligação forte com essa região rica e vocacionada. E bebiam muito. Fatos pitorescos também são narrados, como a predileção que o Chanceler de Ferro alemão Otto Von Bismarck tinha por essa bebida, que o ajudava a “livrá-lo dos ventos”, vítima que era de flatulência crônica. Há ainda acontecimentos curiosos da vida mundana envolvendo o champanhe ou as aventuras do ousado e inteligente Charles-Camille Heidsick.



O livro também descreve passagens apaixonantes dos grandes visionários e empreendedores da região como Nicole-Barbe, a viúva Clicquot; Jean Pierre Moët, da Moët&Chandon; Don Pérignon; Louise Pommery, a madame Pomery; e muitos outros ícones dos tempos de guerra e perlage.

Um livro para ser lido e degustado, interpretado in loco. Todo gole de champagne, daqui pra frente, terá para mim um outro sabor.



“Lembrem-se cavalheiros, não é só pela França que estamos lutando, é pela Champagne também.”
Discurso de Winston Churchill durante a Segunda Grande Guerra

Livro: Champagne: Como o mais sofisticado dos vinhos venceu a guerra e os tempos difíceis
Autores: Don e Petie Kladstrup
Editora: Zahar
Preço: + ou - R$ 50,00






quinta-feira, 10 de abril de 2014

A boa da salada

Muita gente torce o nariz para salada. E se isso acontece, me desculpem, mas está faltando criatividade. Salada não precisa ser aquela coisa verde gelada e molhada, com alguns tomates mal cortados cheirando a vinagre. Não! Para mim, salada tem que ser um mix de aromas, de cores e de texturas. É preciso brincar com ingredientes que te deem um azedinho e aí você combina com um adocicado. Coloca uma folha tenra junto de um castanha crocante. Pode ainda brincar com o quente e o frio regando ingredientes frescos e em temperatura ambiente com um molho quentinho. Por isso adorei esse livro "Salad of the Day", minha última aquisição na Williams-Sonoma de NY. Ele traz 365 receitas incríveis, uma para cada dia do ano, todas factíveis e com ingredientes possíveis - porque não tem nada pior que livro de receita importado que fala de processos e alimentos que você não faz a mínima ideia do que se trata.

Para deixar um gostinho, vou burlar a lei do direito autoral americano e reproduzir aqui uma receita legal, que inclusive é a planejada para o dia de hoje, 10 de abril.


SALADA DE LULA E FEIJÃO BRANCO
(serve 4 pessoas)

Sal e pimenta moída na hora
60ml de vinagre de vinho branco
3 colheres de sopa de suco de limão
1 colher de sopa de alho picado
125ml de azeite de oliva
500g de lula limpa, cortada em rodelas e tentáculos
470g de feijão branco cozido e escorrido
2 pimentões vermelhos tostados e cortados em tiras
125g de cebola roxa cortada finamente
2 colheres de sopa de alcaparras
60g de azeitonas verdes sem caroço e fatiadas
salsinha fresca para enfeitar

Numa panela grande, coloque 4 litros de água com sal para ferver. Deixe reservado uma tigela com água gelada.
Numa outra tigela, misture o vinagre, o suco de limáo, o alho, sal e pimenta e deixe marinar por 5 minutos. Adicione óleo de oliva aos poucos, misturando constantemente até que o molho emulsione.
Coloque a lula na panela com água fervendo e cozinhe até ficar ao dente. Isso vai levar aproximadamente 1 minuto. Escorra a lula e coloque imediatamente na água gelada para cortar o cozimento. Depois seque todas as rodelas e tentáculos. Reserve.
Incorpore a lula, os feijões, o pimentão, a cebola, as alcaparras, as azeitonas ao molho e misture muito bem. Tampe e refrigere por pelo menos 30 minutos.
Antes de servir, corrija o sal e demais temperos. Divida em pratos individuais e enfeite com as folhas de salsinha e sirva.

Bom apetite!