quinta-feira, 4 de junho de 2020

Torta de Maçã Clássica

Que tal uma torta para hoje?


Meu ponto alto na cozinha, definitivamente, não são os doces. Mas esta receita, recuperada da infância, deu super certo e por isso divido aqui com vocês. Ela é econômica e fácil, apesar de um pouco trabalhosa porque tem várias etapas. Nada que em uma hora e pouco você não consiga realizar. Bóra trabalhar porque vale a pena!






INGREDIENTES


Massa:
150 g de manteiga gelada
1/2 xícara (chá) de açúcar
3 gemas
1 pitada de sal
1 colher (sopa) de essência de baunilha
1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo (peneirada)

Creme:
1 e 1/2 xícara (chá) de leite
2 gemas
1 lata ou caixinha
395g de leite condensado
1 colher (sopa) de amido de milho
1 colher (chá) de essência de baunilha

Cobertura:
4 maçãs em fatias finas, formato meia lua com casca
Suco de 2 limões

Brilho da Cobertura:
Sementes e aparas que sobraram das maçãs
Suco de 2 laranjas
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de amido de milho
½ xícara de água


MODO DE PREPARO


Massa:
Em um recipiente, misture a manteiga com o açúcar e adicione as gemas, o sal e a essência baunilha. Misture bem com a ponta dos dedos até que os ingredientes estejam bem incorporados. Junte a farinha de trigo aos poucos até obter uma massa homogênea, que desgrude das mãos. Faça uma bola e enrole em filme plástico. Reserve em geladeira por cerca de 30 minutos. Depois, com pequenas porções da massa, vá moldando e forrando uma forma com aro removível, no fundo e nas laterais. Fure a massa toda com um garfo e leve para assar por 20 minutos (200 graus). Reserve.

Creme:
Em uma panela pequena, adicione o leite, as gemas, o leite condensado, o amido de milho e a essência de baunilha. Misture bem e leve ao fogo. Quando iniciar fervura abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 5 minutos, sempre mexendo. Reserve.

Cobertura:
Corte as maçãs em formato meia lua, preservando as cascas. Em um recipiente, misture as maçãs e o sumo dos limões. Leve ao micro-ondas de 3 a 4 minutos, apenas para que elas fiquem flexíveis. Reserve.

Brilho da Cobertura:
Junte todas as sementes e aparas que sobraram das maçãs, o açúcar, a água, o suco de laranja e o amido de milho e leve ao fogo para ferver em fogo baixo, mexendo sem parar. Quando engrossar, passe por uma peneira e reserve.


Hora da Montagem:

Despeje o creme reservado sobre a massa da torta (ainda dentro da forma). Alinhe o nível do creme. Com paciência vá assentando as “pétalas” de maçã, começando de fora para dentro, uma a uma em círculos, linha a linha, formando uma espécie de flor. Por cima despeje o brilho da cobertura. Leve para gelar por pelo menos 4 horas. Desenforme pouco antes de servir. Copie e cole essa receita. Todos vão pedir.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Filmes que fazem bem à alma



Acontece em Floripa, até o dia 22 deste mês, a imperdível 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo. E, acredite, todas as sessões são abertas e gratuitas

A proposta é exibir e encantar públicos que gostam de cinema e também curtem temas relacionados a Direitos Humanos. Os cerca de 30 filmes que serão exibidos, entre curtas, médias e longa-metragens, trazem à tona questões muito atuais e algumas ainda seculares, como o rascismo, governos ditatoriais, tráfico de bebês, direitos das mulheres, moradores de rua, perseguição política e muitos outros temas que mexem com o caminhar nem sempre ético e fraterno da humanidade. Na verdade são três Mostras simultâneas: Homenagem, Panorama e Temática.



Encantados, de Tizuka Yamasaki (Ficção / Brasil / 2014 / 78 min.)

Sinopse: Atrevida e perseverante até a teimosia, Zeneida se transforma quando é desafiada. Tem acessos de pânico. O pai quer interná-la num hospício. Zeneida só quer sobreviver, agora que encontrou seu primeiro grande amor: Antonio, o Encantado Sucuri.



O mais interessante é ver que Florianópolis foi contemplada com outras 25 capitais brasileiras, além do Distrito Federal. E que, por conta dos apoios vindos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, todas as sessões serão abertas ao grande público e gratuitas.



Esta Mostra, que está na décima edição, foi lançada para celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU, em 1948. A seleção dos filmes também está especial porque contempla todas as obras premiadas nas edições anteriores. Ou seja, é a oportunidade de ver aquele filme mais antigo ou fora de catálogo, mas que fez história.



Entre os filmes de destaque estão Betinho, a Esperança Equilibrista, sobre o sociólogo e ativista Hebert de Souza, 500, Os Bebês Roubados pela Ditadura Argentina, que acompanha a luta das Avós da Praça de Maio, Branco Sai, Preto Fica, que aborda o preconceito racial, Encantados, longa de ficção de Tizuka Yamazaki, entre outros. 











A incansável Luiza Lins, que está sempre à frente das iniciativas cinematográficas mais importantes de Santa Catarina, conta que para essa Mostra já foram agendados grupos da APAE para um filme protagonizado por pessoas com síndrome de down, e também uma sessão especial com audiodescrição para cegos. “Vamos ainda promover debates sobre igualdade racial e direitos da Mulher”, conta.



Então, selecione os seus títulos prediletos, vista-se de solidariedade, paz e justiça social, e vá até o CIC curtir algo inédito na nossa capital sempre tão abandonada nessa área.




Serviço:

O que: 10ª. Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Mundo

Quando: de 16 a 22 de novembro de 2015

Onde: CIC

Para conferir a programação completa: www.facebook.com/mostracinemaedireitoshumanosnomundo




quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Massimo Bottura, o chef que é rei de Modena, da Itália e agora também do mundo

O criador e uma de suas criaturas
O primeiro episódio da série Chef's Table, que está no Netflix, traz a essência e os sabores do chef italiano Massimo Bottura, criador e proprietário da Osteria Francescana, em Modena. Sua casa ostenta nada menos que três estrelas do Michelan e foi considerado o melhor restaurante da Itália e o segundo entre os 50 melhores do mundo, segundo a renomada revista londrina "Restaurant". Massimo Bottura, talvez o mais sedutor e apaixonado de todos os seis chefs que são retratados na primeira temporada da série, foi duramente criticado no início da carreira por aviltar a essência da comida tradicional do seu país e por várias vezes foi quase à falência. Hoje é aplaudido por ter reinventado a comida italiana clássica, virou o queridinho dos críticos e, por consequência,  atrai centenas de turistas endinheirados para Modena, todos interessados em descobrir essa contemporaneidade inventiva e gastronômica que é só dele.




Parmesão em cinco texturas
Sem medo de ousar, Massimo que é apaixonado por acetos e parmiggianos, tem entre suas criações um prato que se chama "Parmesão em cinco texturas". Utilizando até a técnica molecular, é essa a criação que leva gente do mundo inteiro a se deslocar para Modena só para experimentar a iguaria.






A torta de limão mais surreal do mundo

O lado divertido desse chef italiano fica evidente em outro prato do seu menu degustação, que é, digamos assim, sucesso de bilheteria. O prato se chama "Oooops, I Droped The Lemon Tart" e foi inspirado numa noite de movimento e muito estresse na cozinha que um assistente dele derrubou por acidentes a torta de limão sobre a bancada. E Massimo fez literalmente desse limão sua melhor limonada. A estética do prato é surreal, com a torta meticulosamente quebrada e o creme de limão disposto como uma pintura de Miró.


Vai um picolé crocante de foie gras aí?  Outra invenção de Massimo Bottura

Midiático, mas radicalmente contra os programas de espetáculo e reality shows gastronômicos, Massimo lança agora seu mais novo livro "Nunca Confie Num Chef Italiano Magro” uma tradução livre de "Never Trust A Skinny Italian Chef". Segmentado em 4 capítulos para abordar diferentes época (ao todo 290 páginas), conta com 50 receitas e explicações sobre a inspiração do chef, ingredientes e técnicas.


Os chefs também amam
Há que se registrar uma participação especialíssima: Lara Gilmore, a mulher de Massimo Botura.  Não só no episódio da Netflix como na vida do chef. Companheiros de toda uma vida, se conheceram no dia em que os dois, jovens e inexperientes, coincidentemente começaram a trabalhar num mesmo café no Soho, em Nova York. Ele na cozinha e ela no balcão fazendo capuccinos. Foi amor à primeira vista. Apesar dos muitos encontros e desencontros, mudanças de rumos e de cidades, a americana Lara Gilmore é sua fortaleza e responsável pela concretização de muitos dos seus projetos e loucuras gastronômicas.


Ele, dedicando mais de 12 horas diárias ã cozinha

















Ficou interessado em conhecer a Osteria de Massimo? Então prepare o bolso e não se deixe enganar pela aparência, digamos assim, modesta do lugar. Dizem que a decoração é franciscana, ou melhor, minimalista, com paredes cinzas-chumbo e mesas de linhas retas e muito simples. Sim, a ideia é que o protagonista do ambiente seja o prato! Numa rua pacata de Modena e ocupando o andar térreo de um prédio histórico, a Osteria oferece dois tipos de menu degustação. Um é o "Tradição na Evolução", com oito tempos e ingredientes regionais. Sai por 170 euros. Outro é o "Sensations", com pratos experimentais do chef - 195 euros.

Mas voltando ao mundo real e à série que, esta sim, todos temos acesso, acho que vale muito cada um dos seus 50 minutos. Seja para quem gosta ou não de fazer comida, seja para quem curte ou não comer bem.
Mais uma das criações de Massimo: "Pão é ouro"


No próximo post vou falar de um outro chef da mesma série que é um verdadeiro patrimônio da Patagônia: Francis Mallmann.



























segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Chef´s Table, série para aguçar os sentidos




Se para você gastronomia significa mais do que comida, não deixe de assistir à série Chef's Table. É um exercício para aguçar os sentidos, um mergulho delicioso na arte de criar e proporcionar prazer às pessoas pela harmonização de ingredientes, combinando alguma técnica e muita vocação gastronômica. Mas é também um banho de realidade para quem acha que ser chef é viver uma vida de glamour, flashs e dinheiro fácil.








A primeira temporada de Chef´s Table, que está disponível no Netflix, tem seis episódios, cada um dedicado a um grande chef contemporâneo. São eles: Massimo Bottura (Itália), Dan Barber (EUA – NY), Francis Mallmann (Argentina), Niki Nakayama (EUA – Los Angeles), Magnus Nilsson (Suécia) e Ben Shewry (Austrália). Criado por David Gelb, os episódios revelam uma fotografia belíssima e de alta resolução, trilha sonora impecável, tudo permeado por depoimentos envolventes dos chefs. É quase um processo inebriante para quem vê no ato de comer a oportunidade da experiência.








A comida 
trabalhada 
como 
obra de arte




A trajetória de cada um dos chefs e a maneira como eles traduzem suas cozinhas, mostram que todos eles fizeram por merecer o destaque que hoje ocupam. São, sem exceção, geniais a seu modo, e inevitavelmente todos passaram por grandes dificuldades até alcançarem a consagração e o sucesso. Aliás, cá pra nós, um sucesso altamente questionável, já que ainda hoje os deixa sem finais de semana, férias, noites livres e os faz ficar em pé à beira do fogão por mais de 10 horas ao dia, às vezes 20... É ou não ser apaixonado pelo que fazem?

E pensar que relutei em assistir, achando se tratar de mais um daqueles reality shows medonhos de cozinha... Acabei vendo numa só pegada os seis episódios e agora só me resta aguardar a segunda temporada que, ao que parece, sairá quentinha do forno até o fim deste ano.



Massimo Bottura
Francis Mallmann
Nos próximos posts, vou falar dos chefs que, na minha opinião, são os melhores: o italiano Massimo Bottura, que reinventou a clássica comida italiana, e o argentino Francis Mallmann, um assador da Patagônia que ganhou o mundo.

Onde: Netflix / Chef´s Table / Documentários / David Gelb

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Vinhos para assistir, filmes para degustar


 





Borgonha e Champanhe: conheça os bastidores, a intimidade das famílias de vinicultores, o ritmo biológico e a tradição das duas regiões produtoras de vinho mais famosas do mundo, pela ótica de dois documentários incríveis que estão no Netflix.








O processo de fabricação dos vinhos mais valorizados do mundo – nas regiões francesas da Borgonha e de Champagne – pode agora ser desvendado pelo grande público apreciador, sem nem mesmo precisar viajar. Claro, a experiência não é a mesma. Mas, a Netflix está exibindo dois documentários irresistíveis para quem gosta de vinho e do complexo mundo que o envolve: A Year in Champagne(2015) e A Year in Burgundy(2014) – e quando for procurar pelo título, busque assim, em inglês mesmo. A dica veio do amigo e bom degustador de filmes e vinhos, Pita Bitencourt, e divido com vocês minhas impressões.



Estes dois documentários – Um Ano em Champagne e Um Ano na Borgonha -fazem na verdade parte de uma trilogia. O terceiro da série é sobre os vinhos produzidos na região do Porto, mas ainda está em fase de conclusão. Todos foram produzidos pela expert Martine Saunier, uma senhora francesa que vive nos Estados Unidos e tem uma grande importadora de vinhos. Ela tem um método todo próprio: só importa vinhos de produtores que conhece e com quem convive de duas a três vezes por ano, quando viaja para visitar as plantações, experimentar safras e falar sobre vinho. A direção e a narração é de ninguém menos que do documentarista britânico David Kennard, o mesmo do consagradíssimo Mondovino.


Como numa prova de degustação às cegas, deixe-se levar pela narrativa e surpreenda-se com a beleza dos bastidores, o trabalho duro das famílias, a celebração das boas safras e as mil e uma variáveis na composição do sabor, aroma e cor desta bebida universal e secular.

 
Paisagens na região de Champagne de tirar o fôlego
Em Um Ano em Champagne, David Kennard narra uma deliciosa viagem até esta região francesa e acompanha a produção do vinho local ao longo de uma safra (a de 2012), dividindo a história em quatro partes, uma para cada estação do ano. Uma das primeiras cenas do filme é o passeio de balão de uma família produtora de vinhos, que plaina por aquelas paisagens paradisíacas provando uma edição vintage da adega pessoal deles. Logo assim, de manhã. Mesmo para quem já esteve na Champagne visitando vinícolas e suas crayéres - e eu tive esse privilégio há dois anos – o documentário é apaixonante. Isso porque ele nos insere na cultura de famílias produtoras, como é o caso de uma senhora que conversa com suas videiras para garantir não só a qualidade do seu vinho, mas principalmente a felicidade em cada gole de champagne.

  
 
Degustação na Borgonha onde são convidados os maiores experts do mundo
O documentário “Um Ano na Borgonha”, que também acompanha por um ano toda a produção de vinhos, mostra desde o ciclo das vinhas até os desafios e as tradições de produção de sete das Maisons mais famosas.


O amor pelo ofício e pela terra
Na Borgonha, os Grand Cru mais cobiçados nascem a cada boa safra
O filme, que retrata a safra de 2011, não explica tanto as diferentes técnicas de produção e nem comenta muito sobre os diferentes cortes de uva feitos por cada produtor. A ótica do diretor é trazer à tona a intimidade dos vinicultores e suas famílias, a rotina de trabalho, o esforço conjunto, o amor pelo ofício e a celebração pelo resultado. Não há como terminar o documentário sem achar que a Borgonha é uma das regiões vinícolas mais encantadoras do mundo e nem deixar de desejar que sua próxima viagem seja exatamente para lá.




 

Mas enquanto isso não acontece, programe sua sessão Netflix com uma boa taça ao seu lado. Garanto que já será uma experiência incrível! Santé!









 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Cinema contra o caos


Tá difícil? Quase perdendo a fé na humanidade? Então, dê um “sai pra lá” no baixo astral e confira 10 títulos para você se inspirar num mundo melhor






Há filmes que mexem definitiva e profundamente conosco. Aqueles que você sai do cinema e sente uma vontade absurda de trocar informação sobre o que acabou de ver. Às vezes, por dias, o conteúdo do filme volta à memória, lembrando outros detalhes que num primeiro momento passaram despercebidos. Estes são os que “valem o ingresso” ou a mensalidade do Netflix! 
E agora, em tempos de tantos “ismos” insanos e extremos - consumismo, individualismo, egoísmo – somados a uma porção generosa de intolerância, descrença e segregação, o cinema poderá - quem sabe? – assumir mais um papel que é nos salvar destas trevas! Confira uma lista Top Ten contra o caos social e deixe aqui a sua lista de filmes e documentários capazes de arejar mentes e, talvez, reinventar um mundo novo!




1. I’m (Você pode mudar o mundo, 2011)

Afinal, o sentido da vida é ser solidário ou competir? Nosso DNA pede colaboração e vida em comunidade ou vencer a qualquer preço? Quem dá as respostas são cientistas, escritores, jornalistas e as mentes mais brilhantes da atualidade, em depoimentos feitos para o diretor de Hollywood, Tom Shadyac, que depois de sofrer um grave acidente começa a repensar o real sentido da vida e a perguntar: O que está errado no mundo? 




2. Gandhi (1982)

A cinebiografia de um homem que derrotou o Império Britânico e libertou a Índia sem violência alguma. Gandhi, de Richard Attenborough, mostra como uma forte convicção é capaz de mudar o mundo mesmo quando todos dizem o contrário. Ao terminar o filme, você entenderá perfeitamente o conselho de Mahatma Gandhi: “seja a mudança que você deseja ver no mundo”.




3. Le fabuleux destin d’Amélie Poulain (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, 2001)

Uma garota que teve uma infância solitária encontra no apartamento onde mora uma caixinha com brinquedos do antigo morador. Determinada, ela vai em busca do dono e anonimamente, devolve-lhe os brinquedos. Ao observar o rapaz chorando de alegria ao reaver seus brinquedos, Amélie Poulain remodela sua visão de mundo e decide ajudar os outros. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é uma obra doce, capaz de nos mostrar de maneira delicada o quanto é válida a regra de ouro dos relacionamentos: faça aos outros aquilo que gostaria que fizessem a você mesmo.


4. The Shawshank Redemption (Um Sonho de Liberdade, 1994)

Um jovem e bem sucedido banqueiro é condenado à prisão perpétua por ter assassinado a esposa e o amante dela. Na prisão, Andy Dufresne (Tim Robbins) é obrigado a mudar a sua percepção do mundo para poder sobreviver. O filme mostra o quanto um objetivo principal definido (nesse caso, a liberdade) é importante para mantermo-nos vivos e ativos, mesmo que para conquistá-lo seja preciso dar pequenos passos de tartaruga. O filme é baseado em um conto de Stephen King chamado Rita Hayworth and Shawshank Redemption.



5. Into the Wild (Na Natureza Selvagem, 2007)

O filme é baseado no livro de mesmo nome escrito pelo jornalista Jon Krakauer. O mérito do filme é mostrar que há muitas opções na vida além do tradicional esquema colégio, faculdade, emprego, casamento, filhos, aposentadoria, morte. Dirigido por Sean Penn, esse filme mostra a história verídica de Christopher McCandless, um jovem recém-formado que não vê sentido no american way of life e se aventura pelos Estados Unidos até chegar, de carona em carona, de amigos a amigos, até o Alasca.



6. It’s a Wonderful Life (A Felicidade não se Compra, 1946)

Época de Natal. Um homem à beira do suicídio. Um anjo enviado para salvá-lo. Com esses três elementos, Frank Capra montou uma história inesquecível. O anjo Clarence (Henry Travers), espera há 220 anos para ganhar asas, é mandado à Terra, para tentar fazer George Bailey (James Stewart) desistir da ideia de se matar. A estratégia é mostrar a importância dele no mundo através de flashbacks.




7. A vida é bela (La Vita è Bella, 1997)

Esse filme, dirigido e protagonizado por Benigni, fala sobre esperança e sobre o lado bom da vida. A história é simples: Um pai tenta abrigar seu filho e família dos horrores da II Guerra Mundial. E nos ensina que preservar a nossa inocência da infância pode nos proteger dos problemas que a vida atira em nós. Um conceito simples que é muito bem trabalhado.



8. Invictus (2010)

Dirigido por Clint Eastwood, esse filme mostra um recorte importante da história da África do Sul. Recentemente eleito presidente, Nelson Mandela (Morgan Freeman) tinha consciência que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do Apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. A mensagem que fica é como se pode usar a liderança para derrubar preconceitos.




9. Ilha das Flores (1989)

Um dos clássicos nacionais, esse curta é de 1989, mas continua atualíssimo. Roteiro e direção impecáveis do brilhante Jorge Furtado. Documentário premiadíssimo. Como disse a Revista Galileu, vamos chamá-lo de 'como explicar a desigualdade gerada pelo sistema econômico vigente para uma criança de 10 anos'. É didático porque mostra, claramente, o que está errado nas relações criadas pelo sistema de consumo. Vai fazer você pensar melhor antes de pegar um produto na prateleira do supermercado. Este não é exatamente um filme contra o caos social, mas não deixa de ser um alerta importante para evitá-lo por completo.


10. 2012 – Time for Change (2012 - Tempo de Mudanças, 2010)

Baseado no livro 2012: The Return of Quetzalcoatl, escrito por Pinchbeck, o filme fala do apocalipse profetizado pelos maias, mas sem cair no pessimismo ou na eco-chatice. A idéia central é que o homem pode redesenhar a sociedade pós-industrial a partir de princípios ecológicos. Nesta cultura planetária regenerativa, a colaboração substituiria a competição. Elaboradas animações embalam o debate conduzido por cientistas, antropólogos e artistas engajados. O filme traz depoimentos de especialistas e vivências de celebridades: como os cantores Sting (do The Police) e Gilberto Gil, o cientista Buckminster Fuller e a atriz Ellen Paige; e trata sobre assuntos como experiências de meditação, a importância da construção sustentável, o movimento de contracultura e, principalmente, alternativas ecológicas para o dia a dia.

E aí, qual é a sua lista?

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Vinho e Cinema: harmonização mais que perfeita!

Dois novos rótulos, quer dizer, dois títulos invadem os cinemas cult do País: "Sobre Amigos, Amor e Vinho" e "O Vinho Perfeito". Boa degustação!





Nem sempre é ele a estrela do filme. Mas quando entra em cena, jamais passa despercebido. Em muitas produções, antigas e contemporâneas, ele marca presença, deixando pro público aquela vontade de se jogar numa taça logo depois de sair do cinema. Neste mês, ele – o vinho – ganha ares de protagonista em dois filmes de 2014 que ganham projeção só agora por aqui.



O primeiro é o francês “Sobre Amigos, Amor e Vinho” que brilhou no Festival Varilux de Cinema país afora. Comédia de Éric Lavaine, veterano consolidado no gênero, o filme conta a história de Antoine (Lambert Wilson) que, apesar de cuidar da alimentação e da saúde, sofre um infarto durante uma corrida no dia do seu aniversário de 50 anos. O episódio muda a sua vida a partir dali e também a dos amigos que terão que se acostumar com um novo Antoine, mais sincero e menos preocupado em agradar todo mundo.


A segunda produção é italiana: “O Vinho Perfeito”, do diretor Ferdinando Vicentini Orgnani, baseado na obra “Vino Dentro”, de Fabio Marcotto. Na história, Vicenzo Amatto é Giovanni, o especialista em vinhos mais reverenciado da Itália. Ele abandona o emprego de bancário para se dedicar à arte de apreciar a bebida e reconhecer safras exclusivas. Até que, certo dia, é acusado pelo assassinato da esposa Adele (Giovanna Mezzogiorno) e vai parar na delegacia, onde o quebra-cabeça de sua paixão louca pelo vinho é desvendado. Coincidentemente, Lambert Wilson, o protagonista do filme francês, também atua no primeiro escalão da produção italiana.

A elegância e paixão pelo mundo do vinho como são mostradas no filme têm origem na própria história do diretor. Ferdinando Orgnani é de uma família italiana que trabalha com vinhos desde 1946. Ele foi criado na pequena cidade de Friuli, cercada por um grande vinhedo. “Ainda me lembro claramente daquela época, do clima festivo da colheita da uva, quando todo mundo compartilha as alegrias de seus próprios esforços. Fazer um filme sobre vinho foi um projeto presente em toda a carreira como diretor, que se concretiza agora”, disse. E em alto nível. Então, escolha o vinho e o filme e tim-tim!


10 filmes com vinho para apreciar sem moderação:







  • Vicky Cristina Barcelona (EUA, 2008). Direção: Woody Allen
  • Red Obsession (EUA, 2013). Direção: David Roach
  • Entre Vinhos e Amores (EUA, 2007). Direção: Allison R. Hebble
  • Sideways – Entre Umas e Outras (EUA, 2004) . Direção: Alexander Payne
  • Mondovino (FRANÇA/ITÁLIA/ARGENTINA/EUA, 2004). Direção: Jonathan Nossiter
  • Meia Noite em Paris (EUA, 2011). Direção: Woody Allen
  • Vale das Paixões (EUA, 1959). Direção: Henry King
  • O Rato que Ruge (INGLATERRA, 1959. Direçao: Jack Arnold
  • Um Bom Ano (EUA, 2006) . Direção: Ridley Scott
  • Vino para Robar (ARGENTINA, 2013). Direção: Ariel Winograd

terça-feira, 14 de julho de 2015

Descubra seu lado selvagem

Essa é a promessa do filme argentino “Relatos Selvagens”, já assistido por mais de 4 milhões de pessoas e que chega a Florianópolis neste mês, no Paradigma Cine Arte. E não duvide de que ele seja capaz disso.





São seis histórias. Imperdíveis, todas sensacionais. As que destoam, são espetaculares. Nenhuma delas é muito real, mas parece que o diretor e roteirista Damián Szifron não queria mesmo que fossem plausíveis. Elas exploram o limite do absurdo, e é exatamente o contraste entre a comédia e a tragédia que faz o filme funcionar tão bem. Outro ponto de nocaute é que é praticamente impossível você não se identificar com pelo menos um dos personagens e, de quebra, entrar na nóia do “E se eu...” completando a frase com algo selvagem, digamos, terrivelmente selvagem.




Ricardo Darín, expressão máxima do cinema argentino, é o capitão de um elenco de peso




















Erica Rivas, impagável no papel da noiva traída por Diego Gentile
Os protagonistas fora de controle que decidem fazer justiça com as próprias mãos nos seis pequenos episódios independentes do filme revelam um humor sofisticado e inteligente. Mostram também que qualquer um de nós pode, a qualquer momento e por qualquer motivo, surtar e assim mudar violentamente o rumo das coisas. É essa linha tênue que separa a civilização da barbárie, o conformismo da selvageria, a base do filme de Szifron.


Leonardo Sbaraglia esbanja beleza e fúria num dos melhores episódios do longa
O elenco reúne atores de talento e totalmente identificados com a proposta do filme. O premiado Ricardo Darín, praticamente uma instituição do cinema argentino, está esplêndido na interpretação de um engenheiro que trabalha numa empresa de implosões de edifícios, pai de família ausente, e que sofre as agruras da burocracia governamental argentina. Já Érica Riva, que faz a noiva que descobre na festa do seu casamento a amante do marido entre os convidados e resolve se vingar ali mesmo, tem um desempenho contagiante. Ela transpõe a sua loucura e contamina os espectadores com um desequilibrado e não menos pertinente questionamento sobre família, fidelidade, instituições e tudo o mais. Mas, perfeita e hilária é mesmo a atriz Rita Cortese, que interpreta a cozinheira de uma lanchonete decadente de beira de estrada. Com um humor negro incrível, ela mostra claramente que não tem muita paciência para certos clientes e algumas injustiças.


O tom tragicômico do filme explica em parte seu grande sucesso. Isso porque, apesar de divertido, muito divertido aliás, ele não deixa de discutir questões contemporâneas e urbanas como a intolerância e a injustiça social. Ou seja, é uma comédia com essência. Coisa que no nosso cinema nacional é cada vez mais raro encontrar.


O diretor argentino Damián Szifron, agora internacional e merecidamente consagrado, deixa cinéfilos na expectativa do seu próximo trabalho

Damián Szifron até então era um diretor que transitava muito bem na tv argentina, mas pouco emplacava nas telonas. Agora, depois de ver sua obra indicada ao Oscar, conquistar o exigente público de Cannes e cair nas graças dos irmãos Almodóvar que produziram este longa, Szifron consagra-se internacionalmente como diretor e roteirista. Sua câmera, passeadeira e maliciosa, evidencia o que é necessário e apenas sugere o que não pode ser revelado. Seu roteiro é impecável, bem escrito, com as pausas corretas. Melhor não poderia ser. Texto, interpretação, trilha sonora, cinematografia, tudo perfeito em Relatos Selvagens. Viva Damián Szifron! Vida longa a Ricardo Darín e ao cinema argentino!


PRA FACILITAR:


O que assistir: Relatos Selvagens (2014)

Quando: de 16 a 29 de julho de 2015

Onde: no Paradigma Cine Arte (SC-401, Corporate Park)

Roteiro e Direção: Damián Szifron

Elenco: Darío Grandinetti, Diego Gentile, Diego Velázquez, Erica Rivas, Julieta Zylberberg, Leonardo Sbaraglia, Liliana Ackerman, María Marull, María Onetto, Mónica Villa, Nancy Dupláa, Oscar Martínez, Osmar Núñez, Ricardo Darín, Ricardo Truppel, Rita Cortese

Produção: Agustín Almodóvar, Esther García, Hugo Sigman, Matías Mosteirín, Pedro Almodóvar

Fotografia: Javier Julia




quinta-feira, 9 de julho de 2015

Entrevero, a boa do inverno!


Que tal aproveitar o finalzinho da safra de pinhão e fazer um delicioso Entrevero?




No último domingo, inspirada por dois jornalistas e chefs que fazer muito bem essa especialidade sulina - Rosângela Rezende e Frutuoso Oliveira - resolvi me aventurar entre bons amigos em casa e fazer meu primeiro Entrevero. E acho que deu certo (pelo menos sobrou bem menos do que eu imaginava)!

Este prato, tão exaustivamente executado pelos tropeiros que vinham dos pampas gaúcho e argentino e atravessavam o planalto serrano em Santa Catarina com destino a São Paulo, tem na verdade sua origem na língua espanhola. Entrevero significa bagunça, confusão, uma mistura desordenada. E é bem isso que é o Entrevero, uma mescla deliciosa de vários ingredientes animais e vegetais, que já ganhou centenas de versões com o passar dos anos e das bagunças desordenadas de cada chef.  


Lá em casa também fiz uma versão diferente, agregando à receita original elementos da cozinha nordestina, como manteiga de garrafa e queijo coalho grelhado. Só não coloquei coentro fresco porque, entre os amigos que lá estavam, alguns não curtiam. Mas que iria harmonizar perfeitamente, ah isso ia...

Mas vamos à receita:



Ingredientes

(para aproximadamente 15 convivas bons de garfo)

2 kg de pinhão cozido, descascado e fatiado na transversal

1 kg de frescal de alcatra (usei o legítimo de São Joaquim)

1 kg de filé mignon suíno

1 kg de contra-filé

1 kg de peito de frango sassami (aquela parte interna do peito que é mais tenra)

300 gramas de bacon

500 gramas de linguiça calabresa fininha

1 pacote de queijo coalho para churrasco

1/2 garrafinha de manteiga de garrafa

4 cebolas bem grandes

6 tomates grandes

azeite

sal/pimenta

salsinha/cebolinha/coentro







Mis-en-place para facilitar

Como eu fiz

O melhor negócio é preparar um mis-en-place antes, picando todas as carnes em cubos pequenos de 1 cm ou 1,5cm, as cebolas em quadrados largos, os tomates picados grosseriamente e a linguiça em rodelinhas. O contra-filé, o filé suíno e o frango já deixo temperados. As demais carnes não precisam de tempero (bacon, linguiça calabresa e frescal).

Numa paelleira grande (60 cm de diâmetro), começo com o filé suíno que precisa cozinhar mais. Dou uma boa selada nele com azeite e adiciono os cubinhos de frango. Feito isso, separo essas duas carnes para um lado da paellera e na outra área (que deve estar com a parte principal sobre a chama do fogão), coloco o contrafilé, o bacon, o frescal e a linguiça calabresa. Assim que tomarem cor, junto tudo ao lado do suíno e do frango. Na área que sobra, frito a cebola em cubos grandes, deixando-as ainda firmes. Assim que elas ficarem transparentes, integro tudo, mexendo tudo muito bem. Aqui, é preciso uma certa força para mexer tudo com uma super colher de pau. É hora de colocar os tomates picados, o pinhão e as ervas da sua escolha. 


Misture bem e desligue o fogo. Deixe descansar. À parte, numa grelha muito quente e antiaderente, coloque o queijo coalho inteiro, sem os palitos de churrasco. Grelhe por aproximadamente 2 minutos de cada lado. Retire, corte em cubinhos e enfeite o Entrevero, adicionando mais ervas e regando com a manteiga de garrafa bem quente.

Sirva com arroz branco ou uma polenta mole com queijo, acompanhada de uma salada verde.