segunda-feira, 13 de abril de 2015

Gustav Klimt, o mago das pinceladas douradas






Judite II (Salomé), de 1909
Se está nos seus planos ir a Paris nos próximos meses, não deixe de conferir a exposição “No Tempo de Klimt, a Secessão em Viena”, que traz 180 obras de Gustav Klimt trazidas de museus austríacos e coleções privadas. Foi o que fiz neste mês e confesso que foi uma das boas surpresas da viagem. A mostra, que acontece na Pinacoteca de Paris até 21 de junho deste ano, impressiona pela beleza emblemática do art nouveau do pintor conhecido mundialmente por ter introduzido o dourado nas pinturas, herança cultural do seu pai ourives.

Mas nem pense em poder ver todas as obras de Klimt reunidas por lá. Parte delas, permanencem em Viena, na Galerie Belvedere, berço que emoldura até hoje as suas obras mais famosas, entre elas a maior de todas, “O Beijo”. Em Paris, apesar do acervo exposto ser farto – e escandalosamente lindo – ele se refere tão somente à fase da Secessão de Viena, movimento fundado por Klimt e outros artistas e intelectuais contemporâneos.

Entre as obras expostas, está Judite (1901), que também estampa com maestria o cartaz da mostra. Dedique alguns minutos a ela, observando os detalhes plásticos surpreendentes da roupa, das jóias, das formas corporais e do fundo art noveau, tudo envolto nos dourados excessivos que imprimiram a marca do pintor austríaco. Mas é outra obra, o “Friso de Beethoven” (1902), a principal atração e sua criação mais amblemática. Isto porque ela é um ícone da Secessão de Viena, sobreviveu a apreensões nazistas e a reivindicações de herdeiros e ficou de certa forma ligada ao conceito de modernidade imputado a Klimt neste movimento. Historiadores e críticos de afirmam inclusive que sem a Secessão não teria havido o movimento Expressionista. 




Fragmentos de "Hino à Alegria", pormenor do Friso de Beethoven (1902)

O passeio pela Pinacoteca e pelas pinceladas mágicas de Klimt vale o preço do ingresso. Mas, prepare-se para a fila e reserve pelo menos uma hora para a espera. As salas são extremamente pequenas e as pessoas concorrem para ter a melhor visão de cada obra. E, embora vários museus da França tenham liberado o uso de máquinas fotográficas sem flash, lá na Pinacoteca ainda é terminantemente proibido. Inadvertidamente fiz, levei bronca pública, mas em compensação tenho agora o prazer de dividir aqui algumas imagens com vocês.




Au temps de Klimt, la Sécession de Vienne
Endereço: Pinacothèque de Paris
28 Place de la Madeleine, 75008 Paris
Data: até 21 Junho de 2015
Hora: 10h30 às 18h30
Telefone: 01 42 68 02 01
Preço: 14€

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu tempero: