terça-feira, 25 de novembro de 2014

LOS NOBLES: QUANDO OS RICOS QUEBRAM A CARA

Filme bateu recorde na bilheteria mexicana





Divertido e com um bom enredo, o filme mexicano chega às telonas brasileiras neste mês prometendo não muito mais que boas risadas











A crítica internacional foi dura com Gary Alasraki, diretor mexicano que lançou no ano passado o seu primeiro longa “Los Nobles: Quando os Ricos Quebram a Cara”. Mas, apesar da intelectualidade não bater palmas para ele, o fato incontestável é que o filme já pode ser considerado muito bem sucedido nas bilheterias. Só no México, faturou nada menos que 30 milhões de dólares e levou quase 8 milhões de pessoas aos cinemas. Além do Brasil, foi vendido para mais de 40 países. E, neste mês, quando as telonas brasileiras passam a exibir o trabalho de Gary Alasraki, é que o diretor, formado em Los Angeles pela Critical Studies, na University of Southern California, vai ser publicamente colocado à prova por aqui. E não acredito que será mal sucedido. Isto porque a história do filme é muito boa, apesar da execução ter lá seus pecados.

Os irmãos Nobles: pobres meninos ricos


O filme conta a história de um mega empresário da construção civil, Germán Noble (Gonzalo Vega), que, viúvo há muitos anos, teve que criar os três filhos sozinhos. Milionário, fica frustrado ao ver que fez um péssimo trabalho e que seus filhos estão completamente perdidos, sem valores, sem trabalho, sem rumo ou qualquer plano de vida. A filha Bárbara, vivida pela bela Karla Souza, está prestes a casar com um gigolô vinte anos mais velho e torrar toda a herança deixada pela mãe na viagem de lua de mel.


O patriarca (Gonzalo Vega) conduzindo um impensável jantar em família
O filho mais novo, Cha (Juan Pablo Gil) com péssimas médias na universidade, é pego fumando maconha e transando com professoras até ser expulso da instituição. E o outro filho Javi (Luiz Gerardo Mendez) não quer saber dos negócios da família, promove festas e baladas sem limites e torra o dinheiro tendo ideias de negócios completamente infundadas. O pai então decide dar uma lição aos filhos e arma um grande plano fingindo que a sua empresa faliu e que toda a família está sendo procurada pela polícia. É aí que, sem dinheiro, carros ou cartão de crédito, os três garotos mimados se veem na obrigação de fazer o que nunca imaginaram: ter que trabalhar.


O enredo bom e os atores engraçados são garantia de diversão nos 108 minutos do filme. Mas é bom ir avisando: a fotografia é ruim, os atores são nitidamente estreantes e de segundo time – menos Gonzalo Veja, que tem no curriculum dois Ariels, o Oscar deles – e o final feliz é previsível. Mas vale assistir e se identificar com várias passagens e até com o caráter dos personagens. Você certamente terá um amigo ou filho de um amigo que se pareça com um deles.


A ideia do diretor foi fazer um filme espanhol, não mexicano. Ou seja, explorar um tema que fosse mais universal do que propriamente algo particular da sociedade mexicana. E ele conseguiu. Porém, se houve limitações orçamentárias na execução que deixaram o filme menos estrelado, há que se reconhecer o potencial dele. Tanto é que a Netflix já comprou os direitos e começou a produzir uma série inédita para internet. Ao que parece, cada um dos filhos, com suas personalidades e características, vai assumir histórias de vida e empreendedorismo após o golpe armado pelo pai. É ver e conferir.



Curiosidade:

Este longa é baseado em "El Gran Calavera", filme que foi o debute do mexicano Luis Buñuel. Luis, Janet Alcoriza e Adolfo Torrado escreveram o roteiro. Fernando Soler interpretou o patriarca.

Onde assistir:

Em Florianópolis, no Paradigma Cine (SC-401, no Corporate Park), pré-estreia dia 29/11 e ficará em cartaz na primeira semana de dezembro.

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